ROTA das bétulas

S. Pedro do Sul

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Pontos de interesse:

Enquadramento local:

A Bétula é a árvore rainha de um percurso que entra no coração de um território suspenso no tempo. Árvore da família Betulaceae, da qual fazem parte também o amieiro (Alnus glutinosa) e a aveleira (Corylus avellana), terá surgido há mais de 30 milhões de anos e hibernadonas longas glaciações que nos antecederam. De perfil reto e tronco não muito largo, de casca lisa, alcança entre 10m e 15m de altura, ocorrendo em Portugal as espécies Betula pubescens, Betula celtiberica e Betula pendula.

As sabedorias tradicionais e científicas concordam quando a definem como uma árvore generosa. Tem a extraordinária capacidade de alterar as condições dos solos, enriquecendo-os em nutrientes e em auxinas, hormonas de crescimento que permitem o florescer de outras vidas e favorecem em especial o crescimento de carvalhos. Dela tudo pode ser utilizado: a madeira branca, as folhas jovens, a seiva primaveril e mesmo a fina casca. Uma árvore generosa.

Descrição do percurso:

Este é um percurso idílico para os amantes das montanhas e das suas nuances, onde não raras vezes o belo se contrasta com o austero. Parte do Retiro da Fraguinha, bem perto do bosquete de bétulas que lhe dá nome, e sobe até ao topo da Serra da Arada, uma das que integram o impressionante Maciço da Gralheira, que nesta geografia é fronteira natural entre a Beira Alta e a Litoral.

No topo da serra é muito provável que se veja acompanhado de gado bovino itinerante, que parece não ter limites na sua diária exploração destes recantos isolados. No miradouro da riba Escura os horizontes são de perder a vista. Serranias nuas, de matos rasteiros e ásperos, cada uma com sua cor, interrompidas aqui e ali por profundos vales encaixados. A descida até ao Candal é longa e sinuosa, por antigo caminho talhado em granito. Nas duas aldeias, surpreenda-se com a arquitetura vernacular e com os muitos canastros ainda hoje necessários. A viagem de retorno à Lagoa da Fraguinha acompanha, logo à saída de Povoa das Leiras, uma extensa levada que há séculos alimenta estas povoações. Cuidado neste troco! O caminho é estreito e a encosta muito ingreme.

Algumas fotos do percurso:

Observações e notas extra:

As aldeias de Candal e Póvoa das Leiras, separadas pela ribe do Paivô, parecem emergir dos contornos das montanhas, tamanha a naturalidade da sua implantação e dos terrenos agrícolas em socalcos, cada vez mais raros nestas latitudes. Se a cenografia à distância é avassaladora, no percurso entre as duas aldeias um velho e denso carvalhal promete abraçar quem o atravessar. A água corre livre e selvagem e a flora parece ser dona de si própria.

Normas de conduta:

Praticar caminhadas, em especial por trilhos na natureza, dá-nos algumas responsabilidades e cuidados especiais que devemos ter em conta!

  • Em percursos longos, planifique-o. Reúna previamente a informação disponível e necessária e certifique-se que termina a caminhada antes do anoitecer.
  • Não faça fogo.
  • Seja cortês com os habitantes locais e respeite os seus costumes e tradições.
  • Respeite a propriedade privada (feche portões e cancelas).
  • Não perturbe o gado e não danifique as culturas agrícolas.
  • Respeite a natureza, não recolha e/ou perturbe animais e plantas ou danifique formações geológicas.
  • Se encontrar um animal selvagem ferido ou debilitado, procure reencaminha-lo para um centro de recuperação de fauna selvagem.
  • Não deixe lixo ou vestígios da sua passagem.
  • Leve sempre água, mantimentos, protetor solar, roupa e calçado adequados e estojo básico de primeiros socorros.
  • Em algumas situações terá que transpor estradas asfaltadas, faça-o com atenção.
  • Circule pelos trilhos sinalizados e respeite a sinalização existente.